Saturday, October 21, 2006




SECRETARIA MUNICIPAL
DE EDUCAÇÃO

SUPERINTEDÊNCIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

DELEGACIA REGIONAL DO ENSINO 01

ESCOLA MUNICIPAL PADRE MANOEL DE PAIVA

RUA PROFESSOR SERAFIM ORLANDI N* 254

JARDIM DA GLÓRIA
SÃO PAULO S.P.
BRASIL


MENSAGENS
NÃO SÃO AS CAÍDAS NEM AS DERROTAS QUE PODEM FAZER FRACASSAR A NOSSA VIDA.
SENÃO A FALTA DE CORAGEM DE LEVANTARMOS E SEGUIR ADIANTE.

LIBERDADE?

NÓS NÃO CONHECEMOS A LIBERDADE, PORQUE NÃO TEMOS UM CENTRO DE GRAVIDADE PERMANENTE DENTRO DE NÓS.

AGRADECIMENTOS

A TODOS AQUELES QUE ENTREGAM O CONHECIMENTO



JUSTIFICATIVA:
O presentrabalho foi elaborado com o objetivo de atender aos alunos adolescentes da Escola Municipal Padre Manoel de Paiva, em uma valorização global da vida ao longo do processo educacional, obedecendo uma orientação da Diretoria da escola Após meses de observação do comportamento dos adolescentes em questão verificada pelos profissionais de Enfermagem transferidos para à S.M.E. Com esta observação pôde-se verificar os mais diversos comportamentos de jovens, meninos e meninas de 11 à 16 anos e, salvo melhor juizo, alguns alunos apresentam disturbios de comportamento, que poderia melhorar com apoio emocional do relacionamento terapêutico, grupos operativos, dinâmica de grupo, etc. e utilizando também algumas medidas terapêuticas.
Observa-se ainda que a forma de apoio emocional aos adolescentes, pode ser desenvolvida pelos membros de toda equipe de Enfermagem,ora trabalhando na escola.daajudado pela equipe de professores, funcionários da escola.
METODO
-PLANO DE ASSISTÊNCIA DE SAÚDE MENTAL:

I - Orientar o adolescente para a realidade da vida e a necessidade de controlar a situação, aumentando assim a auto estima.
A) Dar tarefas concretas, impor-lhe limites.
B) Dar “feed-back” positivo quando a realidade é apresentada em conversação.
C) Evitar colocar o adolescente na defensiva de modo que ele não tenha de se proteger.
D) Informar ao adolescente o mais rápido possível quando houver mudança de programação.
E) Atentar para as mudanças de comportamento bruscas. Conversar com o adolescente sobre todos os assuntos, inclusive sobre o uso de drogas.
F) Se desconfiar que um adolescente está usando drogas, ter muito tato ao lidar com o assunto, informar sobre os efeitos da droga no organismo, inclusive não esquecer de relatar que o processo é irreversível e discutir com o mesmo os efeitos clínicos das drogas.

II- Diminuir a agressividade no contato social com outros alunos e professores.

A) Fazer contatos com a família sempre que desconfie de que alguma coisa não está bem.
B) Assegurar que o ambiente em que ele se encontra é seguro.
C) Escutá-lo demonstrando sempre uma atitude de aceitação.
D) Colocar limites para atos agressivos contra outras pessoas.

METODOLOGIA:

Para o alcance dos objetivos propostos no trabalho de pesquisa realizado, foi necessário o conhecimento de tipos de comportamentos inerentes à faixa etária em questão.
Foi adotado como instrumento a pesquisa em diversos livros e observações ao longo de 20 anos, em trabalho com adolescentes que apresentam modificações de comportamento. Observação mais acentuada foi feita nos últimos dois anos na saúde mental dos adolescentes do C.A.P.S. (Centro de Apoio Psico-Social) da Rua Carlos Comenale, 32, próximo à Av. Paulista, e nos ambulatórios de Higiene Mental do Hospital de Vila Mariana.





SAÚDE MENTAL:

I - Atendimento ao Adolescente Escolar.

Em uma escola, muitas vezes um aluno em particular, torna-se foco de atenção, devido aos problemas que ele apresenta para a equipe de profissionais. Além disso, observa-se comentários de professores, diretores de escolas, sobre comportamento de adolescente e a dificuldade de atender suas necessidades.
De acordo com as últimas estatísticas do I.B.O.P.E., o número de adolescentes com problemas aumenta em proporções gigantescas, devido o contexto social do mundo de hoje. Estes problemas são agravados pelo uso indiscriminado de drogas, cada vez mais, em faixa etária mais baixa e o aparecimento da AIDS em escalão cada vez mais alto

II - Definição.

- O que é um adolescente problema?
- Adolescente problema é aquele que não se enquadra nos padrões normais de comportamento de uma comunidade.
Ele pode ser uma suspicaz, que é a tendência mais ou menos persistente de desconfiar, de duvidar da sinceridade dos demais. Pode apresentar isolamento, permanecer excessivamente sozinho por escolha. É o processo pelo qual o afeto ou sentimento de uma lembrança, que é excluída do consciente. É a separação, a ruptura da verdadeira tonalidade de uma idéia ou ato.
- Pode apresentar-se rebelde às orientações do adulto, sendo preciso imposições de limites rígidos.
- Pode apresenta-se com distúrbios de conduta, prejudicando o bom andamento da comunidade, colocando a culpa em outros meninos, menos defensivos. Não quer respeitar as regras do grupo, quer impor a sua vontade a todos e não desiste até conseguir o seu intento.
- Pode apresentar um comportamento epilético: identificando-se com tudo que tem dentro da escola, tendo atitudes cíclicas, bizarras, etc.
- Pode apresentar tiques e ficar parado defronte uma parede durante um certo tempo superior à 15 minutos.
- Pode apresentar interpretações errôneas dos outros, seguido por uma resposta agressiva.
III - Mecanismo do comportamento do adolescente problema.
- Porque existe adolescente problema?
Geralmente a criança que não recebe amor e confiança na fase de desenvolvimento da sua personalidade, será difícil que ela seja capaz de amar e confiar nos demais, posto que esta criança não terá aprendido o trabalho fundamental de aprender e confiar durante a infância. Desconfia de todos, agride a todos, em primeiro lugar os seus pais, depois os demais: professores, educadores e a sociedade em geral.
O desenvolvimento da personalidade das pessoas revela detalhes da brutalidade de seus pais, sua negligência e frieza.
Como conseqüência do tratamento recebido, o indivíduo incorpora na sua personalidade um sentimento da sua falta de mérito e apoio, então se sente com razão de ser diferente de todos. O que poderíamos esperar de adolescente que foi criado com pais alcoólatras? Ou crianças que vivem em lares onde existe a desarmonia?
As crianças ficam “felizes” quando sonham acordados. São carentes de amigos, ou se relacionam com os da sua espécie. Freqüentemente foram privados ou sofreram em suas relações com os pais e outro indivíduo e, como reação a isto, se voltam para a fantasia, isolamento social ou agressão a tudo que se diz ordem.
As origens da frustração da criança nas relações humanas podem emergir da morbidez materna, na forma de psicose ou neurose, ou um distúrbio de personalidade.
Exemplos: alunos adolescentes que em sala de aula não levam materiais, livros, cadernos, etc., não fazem a lição proposta, ou ficam andando de carteira em carteira atrapalhando, impedindo que os colegas estudem, ou mesmo, agredindo com palavras duras os professores. Precisa ser estudada a sua atitude. Pode ser os sintomas de casos mais graves. O aluno que leva rádio “walk-man” para a sala de aula, está totalmente desinteressado em aprender a lição que se propõe. De nada adianta proibir entrar de “walk-man” em sala de aula, o problema é muito mais grave do que se pensa.
Pode ser:

1)Personalidade esquizóide:
Quando a psicose pode se excluída.
2)Personalidade isolado: (esquizóide)
A criança tende a não procurar relacionamento efetivo com outro indivíduo e parece bastante satisfeito com o seu isolamento e, suas preocupações com suas ricas fantasias de vida, ilusões e devaneios. Esta entidade representa um estilo de vida, ao invés de um estado pré-esquizofrênico, mesmo com explosões de conduta bizarra, agressiva ou atitudes anti-sociais, que pode ser bastante prejudicial para a aprendizagem do mesmo e, consequentemente para o outro adolescente devido a indisciplina.

3)Personalidade epileptóide:
Estes adolescentes podem apresentar-se calmos, tranquilos e de repente, sem nenhuma razão aparente ficam nervosos, gritam com todo mundo por uma simples razão e, as vezes, não aceitam imposições de limites. Imediatamente após uma explosão de raiva, tornam-se passivos, depressivos e seu rendimento escolar é baixo.

4)Personalidade obsessiva compulsiva:
Conhece os fatos, mas não sente a ansiedade, raiva ou depressão. Seu padrão característico é de manter-se alheio e também não participa das necessidades emocionais dos outros.
Todos os tipos de personalidades descritas acima, apresentam mecanismos de defesa do super-ego, que indica não ser um estado mórbido, mas pode prejudicar muito no desenvolvimento escolar para si e para a comunidade.

IV - TRATAMENTO
Um dos objetivos fundamentais quando se trabalha com adolescente problema, é tratar de ajudá-lo afim de que aprenda a confiar.
Recomenda-se que o Profissional de Saúde Mental se conforme estritamente ao desempenho de seu papel ante ao adolescente, pois a tendência geralmente das pessoas menos avisadas é interpretar mal e tecer comentários inadequados em relação ao comportamento do adolescente. Aconselha-se que os membros da equipe de Saúde Mental e dos membros da escola, sejam sinceros e conscientes de suas interações com o adolescente. Os desvios provocam suspeitas e não conduzem a aquisição de confiança.
Esta, uma vez alcançada, deve ser alimentada cuidadosamente, porque pode ser destruída facilmente. Outra atitude importante dos membros da equipe é a colocação de posição adequada, não deve ser tecidos rodeios para falar com o adolescente, devemos ser francos.
Um tratamento muito eficaz para o adolescente problema, é o Grupo Operativo descrito por PICHON do estilo da Mônica, e a neuro-linquística é aplicada ao grupo operativo.
Os membros a formarem o Grupo Operativo são convidados a participarem do grupo em dia e hora marcada. Deve ser em uma sala de reunião, não ultrapassando de 16 pessoas. Pode ter um coordenador e 3 à 4 observadores, que não podem emitir opinião, só podendo fazer isso no final da reunião. Não deve passar de 50 minutos e o grupo operativo deve ter começo, meio e fim.
Outro tratamento muito eficaz aplicado também ao adolescente, é o relacionamento terapêutico que é feito pelo Profissional de Saúde Mental. Este só pode ser feito com autorização dos Pais, pois envolve um relacionamento terapêutico-paciente de maneira mais efetiva.
Qualquer tratamento requer desenvolvimento de um relacionamento com o adolescente que lhe permita expressar a longo de todas as intervenções, a presença e a disponibilidade consistente do membro da Saúde Mental.
São ferramentas preciosas para ajudar o adolescente e, por conseguinte um mundo melhor.
EDUCAÇÃO SANITÁRIA:

1- Atentar sobre a importância de lidar com seus sentimentos e seu esforço pessoal, e não com todo ambiente.
2- Passar a fornecer uma relação de confiança nos momentos que as oportunidades apareçam.
3- Avaliar percepção com outros alunos.
4- Quando houver reunião de grupos operativos, dinâmica de grupo ou outras reuniões, não fazer somente com adolescentes problemáticos, mas também convidar todos de uma maneira geral como se não houvesse problemas.

PROBLEMAS LEVANTADOS

NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS AFETADAS


1) Idéias persecutórias
Senso percepção


2) Desinteresse
Psicossocial


3) Expressão de sentimento agressivo
Psicossocial


4) Dificuldade de interação
Psicossocial


5) Dislalia
Comunicação


6) Ansiedade
Psico-biológica


7) Hiperatividade
Psico-biológica


8) Atitudes sexuais inadequadas
Educação


9) Intoxicação por drogas psico-ativas
Orientação no tempo e no espaço


10) Dependência psíquica de drogas psico-ativas
Psico-biológica


11) Crise convulsiva
Bio-neurológica

CONCLUSÃO:
Concluímos que o significado do operativo, do apoio emocional a dinâmica do grupo, o relacionamento terapêutico, suas eficácias, etc., relaciona-se principalmente a : orientar, ajudar, tranqüilizar, permanecer junto nos momentos difíceis, observar, perceber, estimular a gostar do estudo, ouvir, ser honesto, ter firmeza, ser coeso, tratar o adolescente de forma individualizado. Só assim o adolescente terá chance de abrir as portas que a própria circunstância da vida fechou-se para ele, ou seja: aquelas localizadas na história da sua infância. Promovendo assim a sua reintegração no convívio sadio do mundo, onde haverá confronto certamente, mas para o qual está apto a enfrentá-los, adaptando aos embates da vida.


São Paulo26 de maio de 1996

Luciano delmo de Alencar

Enfermeiro da Escola padre Manuel de paiva






F I M







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